No começo desta semana, uma equipe de ativistas e cientistas do Greenpeace foi à região próxima a Fukushima, no Japão, para investigar os reais níveis de radiação decorrentes do acidente nuclear. O resultado não é nada bom. Jacob Namminga, um dos integrantes de nossa equipe, mandou seu relato via Skype no dia 26 de março:
“Estamos em Yonezawa, 45 km a noroeste de Fukushima. Trouxemos bastante comida de Osaka para evitar os alimentos produzidos por aqui, especialmente o leite, por conta do alto teor de contaminação. Ontem estivemos em um abrigo onde estão 500 pessoas, 300 delas refugiadas da radiação. Durante o dia os aparelhos de medição de radiação ficam ligados e o alarme soa o tempo todo avisando de níveis altos de radiação. As paisagens montanhosas deste lado do Japão são muito bonitas, pena que o olhar sempre se desvia para o medidor de contaminação”.
Dias depois, nossa equipe trouxe os primeiros resultados do trabalho. Na cidade de Iitate, a 40 km da usina, eles detectaram níveis de radiação acima do que é considerado seguro para seres humanos. O alerta foi confirmado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no dia 31 de março, porém o governo mantém a área de evacuação somente a 20 km da usina, colocando a saúde de seus cidadãos em risco grave. O Greenpeace continuará na área avaliando os impactos do acidente.
Aparentemente o descaso com a população é comum na realidade japonesa tanto quanto é na brasileira. Aqui, o governo se recusa a repensar o programa nuclear brasileiro e mantém comunidades próximas das usinas Angra 1 e 2 sob ameaça – além de continuar o plano de construir ali uma terceira usina e outras no Nordeste. Isso no país com um dos maiores potenciais de geração de energia renovável do mundo.
Mais de 18 mil pessoas já assinaram a petição pedindo à presidente Dilma que pare o investimento em energia nuclear e opte por fontes renováveis, como vento e sol. Precisamos fortalecer nossa mensagem e dizer a ela que nós, brasileiros, não precisamos de nuclear.
Assine a petição.
O governo brasileiro planeja construir a usina nuclear Angra III e mais sete novas usinas nucleares nos próximos 20 anos. Mesmo após os acidentes nucleares no Japão, Odair Gonçalves, presidente da Comissão Nacional de Energia Atômica, declarou que irá apenas rever as normas de licenciamento de nossas usinas. Ou seja, o projeto de construir Angra III continua.
Diante disto, o Greenpeace decidiu pedir à Justiça a suspensão da licença de operação concedida à Angra III em 2010. Assine esta petição e peça à presidente Dilma que pare Angra III.
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