segunda-feira, abril 30, 2012

A SEMANA SANTA E O ALERTA

A Semana Santa e o alerta

Crônica de João Paz

Céu do Mapiá

Mês de abril repete tempo demonstrado no dia quatro de janeiro. Forte calor, Mormaço, Vento leste carregado de umidade e chuvas fortes que rapidamente enchem caixas de agua e conservam o nível do igarapé.
Foto: Panela de feitio no Mapiá
Crédito: Fernando Lagos/2004

Peixes em cardumes navegam livremente até encontrar as malhadeiras prevenidas, anzóis, linhadas. Na fazenda São Sebastião matinchãs, branquinhas surubins, tambaquis, cachorrão completam as mesas dos mutirões. Zé Camilo, Gerson, Gilmar, Gilcimar, Nazaré, Antônia, Graça, outros jovens e crianças participam preparando a horta, limpando o folhal, colhendo. Francisco Corrente é lembrado e sempre aparece em seus sonhos.
Pequeno festival da Semana Santa traz Hinário “O Justiceiro” no domingo de Páscoa. Bernardo Albino comemora seus 70 anos. Festeja junto com Raquel. Trabalho das crianças tem boa participação na Comunidade São Sebastião.
Atenção e vigilância da Semana Santa traz mais um forte sinal de alerta. Nosso querido Gabriel com fortes dores se apressa em sair procurando recursos, cura ou alívio. Sua mãe, Sebastiana, conhece seu sofrimento e apressa a viagem. Edilson contrata Salomão e o 40 HP rompe cortando as voltas. O pai segue atrás com outra lancha, seguindo de perto.
Fazem pequena parada para reza com Sr. Manoel e prosseguem com rapidez e atenção. Ao chegar próximo ao Igarapé Preto Gabrielzinho balbucia: -"Mamãe me abana, Mamãe quero Daime". Dona Sebastiana abana, serve uma gota do Sacramento. O menino sorve a gota do Vinho vira e descansa sua cabecinha. Em vão sua mãe lhe chama, faz massagem, força a respiração.
Salomão para a lancha, Logo alcançada pelo Edilson. Quarta feira, dia da semana consagrado ao Arcanjo Gabriel, onze de abril de 2012. Meio dia a lancha encosta no porto do Santo Antônio. Um grupo de pessoas não acredita no que vê e escuta. Edilson expõe o menino sem vida deitadinho na lancha. Ninguém esboça qualquer palavra nem qualquer ação. Dona Francisca conforta os pais e desce na lancha para acabar de arrumar o corpinho inerte. O pai atende seu pedido: cobre o corpinho com uma bandeira do Corinthians. 28 de março completaria seus doze aninhos.
Tiú segue na frente. Vai preparar o ambiente: urna, sepultura, falar com cuidado para as vovós.
Devoto do Santo Daime desde o nascimento guardava uma paixão em seu coração que às vezes revelava: - "Serei corintiano até morrer". Ao desfalecer arrumou a toalhinha do Corinthians sob a cabeça e suspirou pela última vez. Pense na pureza de um anjo? Pense num torcedor fiel? A despedida contou com a participação maciça de toda a juventude passando a noite em oração cantando diferentes hinários. Uma quase repetição dos trabalhos da Estrela da Mata, do qual era com seus irmãos e amigos assíduo participante, não só dos trabalhos como dos feitios. O sepultamento acompanhado de muita emoção não poupou olhos tristes, lágrimas, dor muito grande dos pais e avós, mas, também conformação ao destino de nossa vida espiritual: ..."Vou alegre satisfeito\ Para meu Pai me consolar"... .
Feitio da Estrela da Mata volta reunir os jovens e renovar tradição com as bateções pela madrugada; Coelhão, Zé Maria, Toínho, Damião Arruda, Fran. Antônio Irineu e outros jovens ajudam Sidnei e Chico Leal rachando lenha raspando Jagube. Dona Francisca, Jussara, Rosana, Dalvininha Fabricia e outras mocinhas limpam e catam as folhas, Fabiana, Manuela fazem atendimento vip na cozinha cozinhando e atendendo.
Concentração do quinze de abril tem Daime concentrado e morno feito pela equipe da Estrela da Mata. Meninas trazem bolo confeitado com frutas cristalizadas, ameixas e comparecem na casinha após o trabalho. Clima descontraído ouve as caixas de som reproduzir gravações do hinário “Visão do Apocalipse” e o próprio dono do hinário com sua guitarra elétrica. Galera esboça sentimentos de saudades do companheiro.
Trabalhos na igreja nova já com a sexta ponta armada. Trabalhadores se esforçam para concretar as colunas menores até a volta do Padrinho.
E num país do norte corrida presidencial apresenta Macaco Preguiça contra Jabuti. Caranguejo desiste. Passarinhos do Santo Daime voam da Costa Leste para a Costa Oeste, passam pelas Montanhas Rochosas, navegam para o norte e para o sul nas ilhas do Pacífico. Delegações acompanham. Comitiva do Mapiá reduzida com problemas de visto. Corintianos e palmeirenses ficam no Brasil. Liderança e carisma do Padrinho Alfredo pratica união de uma infinidade de pequenos grupos e realiza inúmeros fardamentos. É notável o progresso da Doutrina nas terras do norte. Banda Gregório Raulino aumenta o show. Igreja Nativa, Americanos, Canadenses ficam ativos e participantes na Semana Santa e Páscoa.
...”Se não vivermos unidos/Não podemos ser feliz”... .
João Paz
A Nave Espacial

sexta-feira, abril 27, 2012

HINO 8 BRILHOU – HINARIO DIVINO FOGO VIOLETA - INCA

No dia 10 abril, fez a passagem a minha Vovö Eugenia. Não pude ir a vela pela ultima vez, nem ainda a ver il suo tumulo, recebi este hino no dia 13 abril, em Medellín, Colombia (Céu da Nova Terra).  “A morte é muito simples é igualmente ao nascer” , e é proprio assim!  Ela está mas perto que nunca… como sempre!!

 

08 BRILHOU
(Of. Eugenia de Ramirez y flia.)

Brilhou, brilhou o teu spirito na materia
Bom caminho ele andou
Agora a Virgem Maria
Junto Dela te chamou

Sempre rezando e confiando
O teu Amor nos protegeu
Vive em mim, Vive em nos o teu exemplo poderoso
Caridade, Fe e Oração

Agora o teu corpo na terra
O teu ciclo terminou
Vai no Céu vai no astral
Com os santos e os anjos
Pronto a ver ao Senhor Deus

Honro aqui o teu espirito Divino
Honro aqui o teu coração
Honro aqui tuas palavras que a minha juventude
Muito tarde compreendeu

Agora no plano espiritual
Nada pode nos separar
De nada serve chorar, O que não se faz em vida
Fica sempre para lá

Vai na Fe, vai na Fe
Vai no Amor, vai no Amor
Vai na Luz, vai na Luz, paciëncia e compaixão
Vai voltando ao Criador.

08 BRILLÓ
(Of Eugenia de Ramirez y flia)

Brilló, brilló, tu espíritu en la materia
Buen camino él andó
Ahora la Virgen Maria
Junto a Ella te llamó

Siempre rezando  y confiando
Tu Amor nos protegió
Vive en mi, vive en nosotros tu ejemplo poderoso
Caridad, Fé y Oración

Ahora tu cuerpo en la tierra
Tu ciclo se terminó
Vas al cielo, vas al astral con los Santos y los ángeles
Para ver al Señor Dios

Honro aqui tu espíritu divino
Honro aquí tu corazón
Honro aquí tus palabras que mi juventud
Muy  tarde comprendió

Ahora en el plano espiritual
Nada puede separarnos
De nada sirve llorar, lo que no se hace en vida
Queda siempre para atrás

Vas en la Fé, vas en la Fé
Vas en el Amor, Vas en el Amor
Vas en la luz, en la luz, paciencia y compasión
Regresando al Creador.

8 SHONE

Shone, shone your spirit in matter
Good way he walked
Now the Virgin Mary
Along her called you

Always praying and trusting
Your love has protected us
Lives in me Lives in us your powerful example
Charity, Faith and Prayer


Now your body on earth
Your cycle is over
Go in Heaven  in the astral
With the saints and angels
Ready to see the Lord God


Here I honor your Divine spirit
I honor your heart here
I honor your words that my youth
Realized too late


Now in the spiritual
Nothing can separate us
It is no use crying, what is not done in life
It's always there


Go in faith, Go in faith
Go with Love, Go with love
Go into the Light, go into the light, patience and compassion
Going back to the Creator.

8 SPLENDEVA

Splendeva, splendeva il tuo spirito nella materia
Buon cammino ha percorso
Ora la Vergine Maria
Accanto di lei ti ha chiamato

Sempre pregando e confidando
Il tuo amore ci ha protetto
Vive a me, vive in noi il tuo grande esempio
La carità, Fe e la preghiera


Ora il tuo corpo nella terra
Il tuo ciclo è finito
Vai in Cielo in astrale
Con i santi e gli angeli
Pronti per vedere il Signore Dio

Onoro qui  il tuo spirito Divino
Onoro il tuo cuore qui
Onoro qui le tue parole  che la mia giovinezza
Troppo tardi ha realizzato


Ora, nel spirituale
Nulla ci può separare
E 'inutile piangere, ciò che non è fatto nella vita
Rimane sempre lì

Vai in Fe, vai na fe
Vai con amore, con amore
Vai na luce, na luce, la pazienza e la compassione
Tornando al Creatore.

 8 GLANZTE

Glänzte, strahlte dein Geist in der Materie
Gute wie er ging
Nun ist die Jungfrau Maria
Entlang Dela nannte man

Immer betend und vertrauend
Deine Liebe hat uns geschützt
Lebt in mir lebt in uns Ihr eindrucksvolles Beispiel
Charity-, Fe-und Bettag

Jetzt ist Ihr Körper auf der Erde
Ihr Zyklus ist zu Ende
Vai im Himmel wird in der astralen
Mit den Heiligen und Engeln

Bereit zum Gott, den Herrn zu sehen
Ich ehre deinen Geist hier das Göttliche
Ich ehre dein Herz hier
Ich ehre deinen Worten, dass hier meine Jugend
Zu spät erkannt

Jetzt in der spirituellen
Nichts kann uns trennen
Es nützt nichts, zu weinen, ist das, was nicht im Leben getan
Es ist immer da

Vai in Fe, Fe geht auf
Go to Love, Liebe geht auf
Gehe ins Licht, wird das Licht, Geduld und Mitgefühl
Gehen Sie zurück zu dem Schöpfer.

輝いていた

問題であなたの心を照らし、輝いていた
彼は歩いて良い方法
今すぐ聖母マリア
閃光に沿ってあなたを呼ぶ
常に祈りと信頼
あなたの愛が私たちを守ってきた
私の中での生活は私達にあなたの強力な例に住んでいる
慈善団体は、Feと祈り
今地球上であなたの体
あなたのサイクルを超えている
天国のVAIはアストラルになります
聖人と天使たち
主なる神を参照してください準備ができて
私はここに神のあなたの精神を尊重する
私はここであなたの心を尊重する
私はここにあなたの言葉を尊重するというのが私の青春
手遅れ実現
今精神的に
何も私たちを引き離すことはできません
それが人生の中で行われていないか、泣いても無駄ではない
それは常にそこ
鉄は、FeのVAIは点灯
ラブに行き、愛が点灯
点灯し、忍耐と思いやり、ライトに入る
クリエイターに戻ります。

quinta-feira, abril 19, 2012

SALVEM O XINGU !! CARTA DO CACIQUE MATUA A TODOS OS POVOS DA TERRA

Carta do Cacique Mutua a todos os povos da Terra:
O Sol me acordou dançando no meu rosto. Pela manhã, atravessou a palha da oca e brincou com meus olhos sonolentos. O irmão Vento, mensageiro do Grande Espírito, soprou meu nome, fazendo tremer as folhas das plantas lá fora.
Eu sou Mutua, cacique da aldeia dos Xavantes. Na nossa língua, Xingu quer dizer “água boa”, “água limpa”. É o nome do nosso rio sagrado.
Como guiso da serpente, o Vento anunciou perigo. Meu coração pesou como jaca madura, a garganta pediu saliva. Eu ouvi. O Grande Espírito da floresta estava bravo.
Xingu banha toda a floresta com a água da vida. Ele traz alegria e sorriso no rosto dos curumins da aldeia. Xingu traz alimento para nossa tribo.
Mas hoje nosso povo está triste. Xingu recebeu sentença de morte. Os caciques dos homens brancos vão matar nosso rio.
O lamento do Vento diz que logo vem uma tal de usina para nossa terra. O nome dela é Belo Monte. No vilarejo de Altamira, vão construir a barragem. Vão tirar um monte de terra, mais do que fizeram lá longe, no canal do Panamá.
Enquanto inundam a floresta de um lado, prendem a água de outro. Xingu vai correr mais devagar. A floresta vai secar em volta. Os animais vão morrer. Vai diminuir a desova dos peixes. E se sobrar vida, ficará triste como o índio.
Como uma grande serpente prateada, Xingu desliza pelo Pará e Mato Grosso, refrescando toda a floresta. Xingu vai longe… desembocar no Rio Amazonas e alimentar outros povos distantes.
Se o rio morre, a gente também morre, os animais, a floresta, a roça, o peixe… tudo morre. Aprendi isso com meu pai, o grande cacique Aritana, que me ensinou como fincar o peixe na água, usando a flecha, para servir nosso alimento.
Se Xingu morre, o curumim do futuro dormirá para sempre no passado, levando o canto da sabedoria do nosso povo para o fundo das águas de sangue.
Hoje pela manhã, o Vento me levou para a floresta. O Espírito do Vento é apressado, tem de correr mundo, soprar o saber da alma da Natureza nos ouvidos dos outros pajés. Mas o homem branco está surdo e há muito tempo não ouve mais o Vento.
Eu falei com a Floresta, com o Vento, com o Céu e com o Xingu. Entendo a língua da arara, da onça, do macaco, do tamanduá, da anta e do tatu. O Sol, a Lua e a Terra são sagrados para nós.
Quando um índio nasce, ele se torna parte da Mãe Natureza. Nossos antepassados, muitos que partiram pela mão do homem branco, são sagrados para o meu povo.
É verdade que, depois que homem branco chegou, o homem vermelho nunca mais foi o mesmo. Ele trouxe o espírito da doença, a gripe que matou nosso povo. E o espírito da ganância que roubou nossas árvores e matou nossos bichos. No passado, já fomos milhões. Hoje, somos somente cinco mil índios à beira do Xingu, não sei por quanto tempo.
Na roça, ainda conseguimos plantar a mandioca, que é nosso principal alimento, junto com o peixe. Com ela, a gente faz o beiju. Conta a história que a Mandioca nasceu do corpo branco de uma linda indiazinha, enterrada numa oca, por causa das lágrimas de saudades dos seus pais caídas na terra que a guardava.
O Sol me acordou dançando no meu rosto. E o Vento trouxe o clamor do rio que está bravo. Sou corajoso guerreiro, não temo nada.
Caminharei sobre jacarés, enfrentarei o abraço de morte da jiboia e as garras terríveis da suçuarana. Por cima de todas as coisas pularei, se quiserem me segurar. Os espíritos têm sentimentos e não gostam de muito esperar.
Eu aprendi desde pequeno a falar com o Grande Espírito da floresta. Foi num dia de chuva, quando corria sozinho dentro da mata, e senti cócegas nos pés quando pisei as sementes de castanha do chão. O meu arco e flecha seguiam a caça, enquanto eu mesmo era caçado pelas sombras dos seres mágicos da floresta.
O espírito do Gavião Real agora aparece rodopiando com suas grandes asas no céu.
Com um grito agudo perguntou:
– Quem foi o primeiro a ferir o corpo de Xingu?
Meu coração apertado como a polpa do pequi não tem coragem de dizer que foi o representante do reino dos homens.
O espírito do Gavião Real diz que se a artéria do Xingu for rompida por causa da barragem, a ira do rio se espalhará por toda a terra como sangue – e seu cheiro será o da morte.
O Sol me acordou brincando no meu rosto. O dia se abriu e me perguntou da vida do rio. Se matarem o Xingu, todos veremos o alimento virar areia.
A ave de cabeça majestosa me atraiu para a reunião dos espíritos sagrados na floresta. Pisando as folhas velhas do chão com cuidado, pois a terra está grávida, segui a trilha do rio Xingu. Lembrei que, antes, a gente ia para a cidade e no caminho eu só via árvores.
Agora, o madeireiro e o fazendeiro espremeram o índio perto do rio com o cultivo de pastos para boi e plantações mergulhadas no veneno. A terra está estragada. Depois de matar a nossa floresta, nossos animais, sujar nossos rios e derrubar nossas árvores, querem matar Xingu.
O Sol me acordou brincando no meu rosto. E no caminho do rio passei pela Grande Árvore e uma seiva vermelha deslizava pelo seu nódulo.
– Quem arrancou a pele da nossa mãe? – gemeu a velha senhora num sentimento profundo de dor.
As palavras faltaram na minha boca. Não tinha como explicar o mal que trarão à terra.
– Leve a nossa voz para os quatro cantos do mundo – clamou – O Vento ligeiro soprará até as conchas dos ouvidos amigos – ventilou por último, usando a língua antiga, enquanto as folhas no alto se debatiam.
Nosso povo tentou gritar contra os negócios dos homens. Levamos nossa gente para falar com cacique dos brancos. Nossos caciques do Xingu viajaram preocupados e revoltados para Brasília. Eu estava lá, e vi tudo acontecer.
Os caciques caraíbas se escondem. Não querem olhar direto nos nossos olhos. Eles dizem que nos consultaram, mas ninguém foi ouvido.
O homem branco devia saber que nada cresce se não prestar reverência à vida e à natureza. Tudo que acontecer aqui vai voar com o Vento que não tem fronteiras. Recairá um dia em calor e sofrimento para outros povos distantes do mundo.
O tempo da verdade chegou e existe missão em cada estrela que brilha nas ondas do Rio Xingu. Pronta para desvendar seus mistérios, tanto no mundo dos homens como na natureza.
Eu sou o cacique Mutua e esta é minha palavra! Esta é minha dança! E este é o meu canto!
“Porta-voz da nossa tradição, vamos nos fortalecer. Casa de Rezas, vamos nos fortalecer. Bicho-Espírito, vamos nos fortalecer. Maracá, vamos nos fortalecer. Vento, vamos nos fortalecer. Terra, vamos nos fortalecer.”
Rio Xingu! Vamos nos fortalecer!

Leve minha mensagem nas suas ondas para todo o mundo: a terra é fonte de toda vida, mas precisa de todos nós para dar vida e fazer tudo crescer.
Quando você avistar um reflexo mais brilhante nas águas de um rio, lago ou mar, é a mensagem de lamento do Xingu clamando por viver.
http://blogpop.com.br/noticias/xingu-recebeu-sentenca-de-morte/

POSIÇÃO DOS MORADORES E INSTITUIÇÕES DA VILA CÉU DO MAPIÁ COM RELAÇÃO ÀS ALTERAÇÕES NO CODIGO FORESTAL

CEUDOMAPIA

SAUDADE!!

Posição dos moradores e instituições da Vila Céu do Mapiá (Flona do Purus – Pauini/AM) com relação às alterações no código florestal
Considerando que:
• as florestas brasileiras e internacionais devem ser encaradas como um bem divino, que a natureza presenteou ao homem, lhe cabendo a
responsabilidade de cuidar pela sua conservação;
• o uso das florestas deve permitir satisfazer as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades;
• as florestas são importantes para purificar o ar, regular o clima e garantir a quantidade e a qualidade da água potável existente no mundo; e
• as florestas ou ausência delas podem significar respectivamente boa qualidade de vida ou a ocorrência de tragédias ambientais, sociais e
econômicas.


AS ALTERAÇÕES DO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO DEVEM PRIVILEGIAR A MANUTENÇÃO DAS FLORESTAS E NÃO A SUA DESTRUIÇÃO

Com relação à anistia aos desmatadores:

1. Anistiar significa beneficiar quem desmatou a floresta além do que a Lei permitia, o que não pode ser aceito;
2. O pequeno produtor deve ter tratamento diferenciado para se adequar ao que prevê a Lei, sendo necessário o ajustamento de conduta deste, de maneira com o que possa arcar.

Com relação à Reserva Legal:
3. Para a Amazônia, a definição de 80% de área de Reserva Legal atende à necessidade de conservação da floresta, como vem ocorrendo nos últimos 15 anos;
4. Compensar áreas de Reserva Legal desmatadas deve acontecer somente em áreas semelhantes no próprio Estado onde se deu o
desmatamento;


Com relação à Mata Ciliar:
5. Garantir a manutenção da Mata Ciliar é garantir a manutenção do estoque de água na Amazônia. Por isso, a largura mínima de 30
metros, medida a partir do maior leito do rio, é realmente o mínimo que se espera manter. Qualquer alteração nessa largura deve ser
fundamentada em critérios científicos que garantam a conservação do meio ambiente;
6. Restaurar a Mata Ciliar nos rios amazônicos deve ser encarado como prioridade para a política pública na região;


Com relação ao Código Florestal como um todo:
7. No geral, o novo Código Florestal deve considerar as florestas como ativos espirituais e sociais, devendo ser conservadas ao máximo, e não encaradas como um obstáculo ao progresso;
8. Motivar o produtor para manter e ampliar sua área de floresta deve ser a principal diretriz da legislação, ajudando a promover conscientização ambiental, capacitação técnica e outros instrumentos necessários para assegurar aos povos da floresta remuneração condizente com o trabalho investido no manejo florestal para o uso múltiplo da floresta e com a importância dos serviços ambientais prestados para toda a humanidade, sobretudo aqueles relacionados à água, ao clima e ao ar;
9. Priorizar a criação de mecanismos legais de valorização das florestas irá reverter a tendência atual de desmatamento, criando uma força social para restauração da floresta já desmatada. Além de fomentar o pagamento por serviços ambientais, deve-se promover a qualidade de vida das populações, com investimentos em infraestrutura, saúde, educação, energia;
10. Investir, por meio de programas governamentais, na conscientização ambiental e na capacitação técnica dos povos da floresta;
11. Algumas experiências bem sucedidas de valorização da floresta devem ser introduzidas no novo Código Florestal, sendo que a comunidade apóia a utilização do manejo florestal sustentável de uso múltiplo como alternativa para esta valorização da floresta.

Vila Céu do Mapiá, 20 de novembro de 2011.
Documento elaborado e aprovado em Seminário sobre o Código Florestal,
realizado com apoio técnico da Universidade Federal do Acre-UFAC,
Procuradoria Geral do Acre e Associação Andiroba, contando com a
participação de moradores da Vila Céu do Mapiá e representantes de instituições
locais. Esta carta é apoiada pelas seguintes instituições locais:
Associação dos Moradores da Vila Céu do Mapiá – AMVCM
Centro Medicina da Floresta – CMF
Cooperativa Agroextrativista do Mapiá e Médio Purus – COOPERAR
Instituto de Desenvolvimento Ambiental Raimundo Irineu Serra – IDA/Cefluris

terça-feira, abril 03, 2012

2 abril ANIVERSARIO DE PASSAGEM DA MARIA MARQUES – MARIA DAMIÃO

saomiguelcruzeiro

Dia 02 de Abril Aniversário de passagem da Maria Marques, a Maria"Damião" .
No dia 02 de abril de 1942, Mestre Irineu e seu grupo se despediam de dona Maria Marques Vieira, que carinhosamente era chamada de Maria Damião. Ela chegou na missão em 1931.
Os mais antigos contam que com a morte de seu pai, o senhor Damião Marques, em 1935, Maria Damião enfrentou a árdua missão de criar sete irmãos.
Ela dedicava-se, além da doutrina, exclusivamente ao trabalho com a terra. Plantava, roçava e colhia o pão de cada dia que ajudou a criar seus irmãos", relata dona Percília Matos, de quem foi grande amiga.
Espiritualmente, Maria Damião recebeu um dos mais belos hinários da Doutrina, hoje batizado como "Mensageiro", composto de 49 hinos.
Seus hinos verbalizam em sua totalidade as palavras do Mestre Irineu.
É desse hinário a origem da palavra pátria na Doutrina. Maria Damião, através de seus hinos, nos fala do amor à Pátria - terra onde nascemos, e em outras passagens projetou histórias que aconteceriam no futuro, como as divisões do grupo em 1974 e 1981. Em 1942, quando a marinha japonesa foi derrotada, os alemãs e italianos expulsos do norte da África, na Segunda Guerra Mundial, Maria Damião anunciava através de seus hinos: "novas revoluções com os estrangeiros".
Seu hinário descreve também a figura de um Chefe Estrangeiro, ser espiritual misterioso, que poucos na Doutrina conhecem seu significado e origens.
"Retratando essa passagem, o Mestre recebeu o hino "Choro Muito". Ninguém sabia que ela estava doente. Com três dias que saiu esse hino, chegou a notícia que ela estava agonizando. Ela adoeceu repentinamente e morreu com 32 anos. Não há nenhum registro fotográfico conhecido dela.
Maria Damião também fala de sua passagem para a vida espiritual em seu último hino, que recebeu o nome de despedida:
"A tua casinha está pronta
Caminhos abertos
Jardins de flores
A ti oferecem
Jesus Cristo salvador
E a Rainha da Floresta
Se vós ver que eu mereço
Receba ó mãe honesta
Nas minhas ouças escutei
Um grande festejo
Os meus irmãos chegando
E o meu corpo se liquidando
Corrigi meu pensamento
Pedi perdão a meu pai
Para eu poder seguir
A minha feliz viagem"