domingo, julho 24, 2011

Chico Grangeiro e o Pad Sebastião – cultura daimista

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Por Juarez Duarte Bomfim

No ano da graça de 1992 a irmandade daimista do Brasil e mundo inteiro congregou-se para comemorar o Centenário de nascimento do Chefe Império Raimundo Irineu Serra Juramidã.

Ainda encarnado, o Mestre Irineu Serra tinha profetizado esse grande festejo ao receber o hino “Centenário”:

"Traí, traí, traí, tráááá.

Traí, traí, traí, tráááá.

Tráááá, tráááá..."

Ao som triunfante das cornetas/trombetas/clarins, que antes já haviam proclamado a chegada do centésimo hino do Mestre Imperador, agora em 1992 anunciavam o grandioso festejo que a sua irmandade, em gratidão, lhe oferecia.

"Te recebo, te recebo

Te recebo é com amor"

Momento único na história da doutrina daimista, essa festa foi local de encontros, reencontros e reconciliações da irmandade que ao crescer se dividia. Fiéis a recomendação do Mestre, seus discípulos denodadamente se esforçavam para lhe prestarem tributo da melhor maneira possível.

"Cada um que está comigo

Capriche e venha se apresentar"

O festival acontecia dois anos após a passagem do Padrinho Sebastião Mota de Melo para o mundo espiritual. A sua irmandade compareceu em peso ao evento que se realizou nas sagradas terras do Alto Santo. Dizem até que a Vila Céu do Mapiá se esvaziou...

Francisco Grangeiro Filho, seo Chico Grangeiro (conselheiro do CICLU, atual Centro Rainha da Floresta) era um dos anfitriões do evento, e durante aquela semana comemorativa recebeu o penúltimo hino do seu hinário (O Apuro), uma tocante valsa de nome “Objetivo” (hino nº 25).

"Mirando encontrei um amigo

Comigo veio conversar"

O Amigo que apareceu na sua visão, para aconselhar-lhe, foi o Padrinho Sebastião Mota. Como sempre, a mensagem dos hinos deixa margem a diversas interpretações, inclusive para o próprio aparelho receptor da canção. A primeira recomendação dada foi:

"O enfeite da casa dos outros

A tua não pode enfeitar"

Alguns dizem que, como o Francisco Grangeiro, feitor de Daime, estava entusiasmado com as novidades trazidas pelos visitantes, entre elas o “Daime-mel”, Sebastião Mota lhe advertia: continue a fazer o seu Daime como você sabe, como o Mestre lhe ensinou...

Porém, claro que cabem outras interpretações, tanto de forma ritualística e doutrinária, como de ordem pessoal.

A estrofe a seguir, é das mais lindas encontradas no cancioneiro daimista:

"O pouco com Deus é muito

Deus é quem tem pra nos dar

Sempre trabalhando com Deus

Tudo pode se alcançar'

Continuando, é reafirmada a missão de Raimundo Irineu Serra, de mestre-ensinador.

"O Mestre está ensinando

Àqueles que procurar

Quem não procura não vê

E nada pode alcançar"

O que ansiamos alcançar? Qual o nosso objetivo aqui na Terra?

Trabalhar para obter a salvação – a iluminação.

"Alcançando o seu objetivo

Capriche e vá trabalhar"

Agora, aparecem os versos premonitórios:

"O fim dos tempos está próximo

E muitos vem se apresentar"

Essa mensagem é entendida como a preparação necessária de todos nós para a grande viagem, o retorno à morada do Pai, com o desencarne.

Contam lá no Alto Santo que era o Chico Grangeiro antevendo a sua “viagem” e de outros amigos e irmãos. Isso porque no ano 2000 foram levados para o outro lado da vida importantes dirigentes daimistas. Além do próprio Francisco Grangeiro, o sr. Antonio Geraldo, o sr. Manuel Araújo, seu Alípio (feitor de Daime) e outros tantos irmãos.

"Quando esta estrela brilhar

Muitos não vão agüentar

Dá vontade de correr

E começar a chorar"

A firmeza nessa significativa hora é exigida.

"O chorar não adianta

O remédio é se controlar

Ter calma, fé e amor

Para poder alcançar."

Assim seja!

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